Havaiano fotografa ondas e vira ícone com imagens surreais

quarta-feira, 26 de março de 2014


Clark Little, de 46 anos, começou no ramo em 2007, quando esposa quis decorar o quarto com foto do oceano e trouxe um quadro...

No Brasil, ao nascer, é normal que uma criança seja presenteada com uma bola de futebol, tamanha a paixão do brasileiro pelo esporte. No Havaí, meca do surfe, apenas substitua a esfera pela prancha. A paixão é a mesma. E Clark Little não fugiu dela. Nascido no North Shore, em Oahu, no Havaí, ele começou a surfar aos oito anos, no quintal de casa. Entre os havaianos, chegou a ganhar a fama por ser corajoso, por buscar as maiores ondas e sempre se dar bem. Profissionalmente, porém, em cima da prancha o surfe nunca lhe trouxe dividendos. É fora dela, com uma câmera em suas mãos, que Clark emociona, ganha a vida, fama e uma legião de fãs como o amigo de infância e 11 vezes campeão mundial de surfe Kelly Slater.

Clark, de 46 anos, é especializado em fotografar ondas. Apenas as ondas, sem surfistas ou personagens. Grandes, pequenas, em qualquer lugar do mundo. Seu lugar preferido, claro, é o North Shore, no Havaí, mas o havaiano já rodou o mundo em busca das melhores imagens. Sua história com a fotografia, contudo, começou por acaso, numa discussão com a esposa, que queria mudar a decoração da casa.


- Descobri minha habilidade e paixão para capturar a beleza extraordinária quando, em 2007, minha esposa quis uma foto do oceano para decorar a parede do quarto. Ela comprou uma fotografia e trouxe para casa. Eu disse para ela devolvê-la. Então, comprei uma câmera à prova d'água e fui para a praia tirar minha própria imagem dentro do oceano - lembrou Clark.

Seu estilo não é nada tradicional. Clark se aproxima do mar e se joga nas ondas, literalmente. O resultado é único. Ela capta a essência das ondas ao quebrar e sua formação perfeita, fazendo molduras e paisagens impressionantes. O surfe, paixão da infância, ainda é praticado, mas fica em segundo plano.

- Eu e meu irmão mais velho, o Brock, somos conhecidos dos surfistas profissionais. Eu surfei desde os oito, nove anos de idade. Cresci na costa norte e surfei muitos dos famosos picos ao longo da North Shore. Eu era famoso por pegar as ondas muito grandes e sempre sobrevivia.


Sua melhor foto, segundo o próprio, leva o nome de Marlim, na qual duas ondas colidem durante o nascer do sol, formando a cauda de um marlim (espécie de peixe). A imagem foi parar na capa de grandes revistas como a "National Geographic". Fotos com surfistas nas ondas até são feitas, mas apenas para os amigos.

- Normalmente tiro fotos sem surfistas nas ondas. Com as ondas vazias. As vezes faço fotos com surfistas, mas apenas amigos, incluindo o Kelly Slater, meu amigo de infância. Não gosto de fotografar com muitas pessoas ao meu redor. Prefiro praias desertas, sem multidões.


Com uma legião de fãs ao redor do mundo, Clark esteve no Brasil em 2009, participando de uma feira, em São Paulo. Com o tempo chuvoso, não teve tempo de bater fotos no país, mas diz que gostaria de voltar em uma nova oportunidade, já que sempre ouve elogios das praias brasileiras. Ele aproveita, então, para dar a dica da foto perfeita.

- A foto perfeita de uma onda precisa de um dia de sol, com vento fraco e ondas de três a cinco metros. Além disso, é preciso ninguém ao redor e água limpa e clara. Se for muito grande, você precisa ter a certeza de que pode nadar muito bem. Para capturar um tubo, precisa nadar na parte crítica da onda e ficar lá até o último segundo. E pode ser perigoso. Mas evitam-se as lesões e a sua vida. Surfar por mais de 30 anos me ajudou a compreender as ondas, correntes e sobrevivência no mar quando preciso.

Sem qualquer estudo para ser fotógrafo, Clark comemora o emprego dos sonhos.

- Eu me sinto feliz por ser capaz de fazer um trabalho dos sonhos. Nunca estudei para isso, apenas aconteceu. Então, agradeço todos os dias pelo que faço. Muitas pessoas não têm a oportunidade de ver as ondas como vejo. A melhor parte do meu trabalho é ser capaz de compartilhar a beleza e a natureza - concluiu.

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